terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Amo você sem porquê e com todos os porquês.

Você sempre quietinho, sabia muito mais que todo o barulho do almoço, sabia que todo mundo só se concentrava em uma coisa quando ela era a sua música. Aquela que eu levo e ela leva de mim lágrimas e bem aos poucos um meio sorriso de gratidão. Não sei se ele é meio por ser tímido ou se ele nunca vai ser inteiro, já que não consegue se desvencilhar do mar que transborda meus olhos.
Não tínhamos programação, era algum filme de bang bang, alguma partida de buraco que durava o dia todo, as plantas tão conhecidas, um cochilo na rede com a cruzadinha na mão, conversas, o passeio matinal com os cachorros, toda a preparação carinhosa dos melhores almoços, a volta do trabalho de bicicleta, todo companheirismo e paciência com o amor de uma vida, as anotações de uma poesia nova no catálogo de telefone, a dor da perda do poodle que só não era chato com você, fotos passando na televisão, risadas, tudo tão simples e tão inteiro.
Lembro do mar, de quando vocês se conheceram tardiamente, de como foi feliz, de como você aproveitou até a última gota e de como não reclamou da separação temporária. Não entendia a grandiosidade disso, de chegar mais cedo que todo mundo na praia, ver o sol subir e descer com toda a tranquilidade que existe, de ficar com as mãos enrugadas porque não queria sair da água enquanto ainda houvesse calor e companhia. Um dia mais bem aproveitado do que todos os meus até então e desde que eu lembro, todos os seus dias foram assim. Em paz, feliz e sabendo melhor do que ninguém o significado de carpe diem.

Viver o que vier como se fosse o primeiro dia no mar.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

2005

O que, aos 16 anos, a vida tem lhe contado sobre ela mesma?

  • Que tudo pode mudar em pouco tempo
  • Nada acontece se você não se esforçar para que aconteça
  • Não pense que uma pequena coisa não pode afetar muito alguém

2005

Era uma vez duas pequenas meninas que queriam voar. Perguntaram para todo o reino, mas ninguém lhes falava como, sentadas na pedra do rio que se esconde, elas viram um ser voando, mas não sabiam o que era aquilo. Correram atrás dele por toda a aurora, porém não o alcançaram. No dia seguinte procuraram a maravilhosa criatura alada e por causa de um trevo de quatro folhas que haviam ganhado de um duende, acharam-no finalmente. Só quando eles começaram a conversar, elas perceberam que não poderiam voar sozinhas e então as duas insistiram muito para que o ser as levasse para dar uma pequena volta. Até que ele finalmente concordou e elas voaram. Elas conseguiram o que queriam, mas apenas isso. No outro dia, elas queriam escorregar no arco-íris.