Música espanhola, luzes de cores
quentes, cerveja, lugar bacana. Tinha alguma coisa que eles experimentaram pela
primeira vez, uma daquelas que eles não conheciam a etiqueta para comer,
algumas coisas caindo, pelo menos deram risada. Ele achava tão meigo quando ela
começava a falar mais devagar para reparar nas expressões dele. A conversa vai
e vem e sabe quando você não faz ideia de como entrou no assunto? Então, ele
não fazia.
- Fala, qual é meu problema? –
disse ele já impaciente.
- Você é pratico demais.
- Qual o problema nisso?
- A falta de sentimentos. Não,
quero dizer, você nunca discute sentimentos. A gente vê que eles foram
responsáveis pelas decisões alguma hora, mas ninguém nunca tem certeza. Porque
você não fala!
- Você tá falando que meu
trabalho é apático?
- Às vezes, sim.
- O que você quer que eu fale?
- Qualquer coisa. O que você acha
de mim? Não, melhor. O que você sente?
- Só...
- O que?
- É que...
Ela se levantou e foi pra casa,
sabia muito bem como o assunto tinha começado. Ela preparou tudo só para que
eles chegassem nele sem ele perceber. Ela já estava cansada, só precisava saber
se era a tpm ou ele realmente não tinha nada a dizer. Ele pensava que ela
pressionou demais, que não precisava. No fim, as necessidades das pessoas são
muito diferentes mesmo.