segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O mar

Lembra aquele texto escrito a mão que mandei? Então, ele tinha uma primeira frase que omiti porque naquele momento, achei que você veria como algo agressivo, mas acho que já foi tempo o suficiente pra qualquer sensação desse tipo ter passado, ela era:

Nunca vou entender como você passava a língua por todo meu corpo tão devagar enquanto amava outra pessoa.

Essa reflexão se estendeu para todos os momentos que tivemos juntos, o que faz com que eu tenha uma visão menos bonita do que a sua do relacionamento. Acho que isso é compreensível quando você não fica mais com alguém porque quer ficar com outra pessoa. Para mim, sempre vai ter algo que eu não sabia, algo de incerteza.

Realmente fico feliz por você, pela coragem e sinceridade, mas eu, diferente de você, não tinha um plano para quando a gente terminasse. Então só estou tentando juntar meus pedaços, me desprender do que eu não preciso, já que fica mais fácil quando está tudo em partes, e continuar vivendo. Estou fazendo/escrevendo coisas para mim, para tentar me entender melhor. Se você tem alguma curiosidade, você é agora: um cara que eu namorei 8 meses, mas ele terminou porque gostava da primeira namorada, acredita? Você não tem controle sobre o jeito que vou levar a sua passagem na minha vida e vice-e-versa, então, melhor nem se preocupar.

Eu queria o mar, mas ganhei uma bolha de sabão.

Se você me olhar nos olhos agora, só vai ver uma imensidão desconhecida e eu, vendo o mesmo, não vou falar que deu errado, só vou falar que não deu.